A dona do pedaço. INTJ. Viajadeira. Uspturista Mais velha do que aparento.
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Quero deixar registrado aqui algumas das experiências mais incríveis que eu já vivi.
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Quando a gente vive uma experiência diferente, tudo é intenso, até a passagem do tempo. Neem parece que já fez 3 meses que estamos aqui, mas ao mesmo tempo parece que passou o maior tempo do mundo desde que chegamos.
3 meses é o tempo que costumo me dar para me adaptar a novas situações e acho apropriado: nesses 3 meses, já me sinto bem adaptada a rotina daqui, as coisas já são o meu “lugar comum”. As coisas pararam de parecer novidade por aqui.
A gente teve a supervision semana passada, que foi mais pra conversar como estão as coisas no trabalho, e para nós voluntários, pra gente poder dizer o que está achando disso tudo. Teve feedback também, e apesar da minha coordenadora não ter sido específica, ela disse que estou me saindo bem =). Falei o que achava até de morar aqui, do trabalho, do dia a dia… Minha supervision durou 1h todinha e depois, claro, achei que não falei tudo, huahua! Mas minha coordenadora é legal e tudo que me incomoda ou o que eu quero, eu posso falar a qualquer hora. Fora que tem o Junior, com quem eu posso contar nos momentos de stress maior!
Em geral, nós somos nossos maiores críticos e eu acho que não faço nada além daquilo que eu deveria fazer, que é cuidar do bem estar dos alunos e do aprendizado diários das atividades do dia a dia. Mas aparentemente tô fazendo isso direito ao ponto de ter sido elogiada algumas vezes já. É importante ter esse tipo de feedback pra motivar e estimular a continuar fazendo um bom trabalho, um trabalho direito (uma vez tive uma palestra de rh que falava que a motivação tinha que ser interna. papinho furadíssimo de empresa que não sabe motivar – ou não quer – o colaborador).
O J. e o SM. geralmente chamam meu nome mesmo sem eu estar na casa, o SW. já até me pediu pra ler pra ele (e sempre vem sentar do meu lado no lounge), o C. parece mais confortável quando estou no recinto, sempre me divirto com o SJ. e outro dia o M. foi me puxando pelo braço quando falei que era hora do banho (ele repetiu outro dia, acho que ele realmente curte o banho!), sem contar outro dia que eu estava com o B. da outra casa, e ele subiu até o college mó feliz comigo. Essas coisas que fazem valer a pena um dia longo de 12h, ou limpar um quarto de cima a baixo depois de um momento “privado”…
Labels: camp hill, sabático, voluntariado
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Filosofando (sobre as estações)
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Morando no Brasil, e principalmente em São Paulo, a gente não tem as estações do ano muito bem definidas. E ao meu ver, o horário de verão não faz uma diferença grande na quantidade de horas que a gente vê a luz do dia (odeio horário de verão com todas as minhas forças ninguém jamais será capaz de me convencer do contrário). Mas eu lembro da primeira vez que eu fui pro Canadá, e era verão lá, e o sol se punha as 10 da noite. 10 da noite!!! Tem noção disso? Quando voltei anos depois, no inverso, passando por Nova York primeiro, lembro da desgraça que era entrar na fila pra subir no Empire State Building ainda de dia e chegar lá em cima a noite só… E mal eram 5 da tarde!!!
Quando chegamos aqui na Inglaterra, apesar de só termos pegado um dia de calor (o dia que chegamos), o sol ainda se punha depois das 8h da noite. Ai sim eu via vantagem, sabe? Dia longo de verdade. Mas logo o dia começou a encurtar, o daylight savings time (o horário de verão deles) acabou e cada dia escurece mais e mais cedo. As vezes eu acho que quando o solstício chegar, o dia estará acabando as 2h a tarde!!!!
A pior parte disso mesmo é que a luz do dia é importante pra balancear a química do nosso corpo, principalmente aquilo que regula nosso humor e nosso sono. Depressão de inverno é uma realidade. E pra piorar, o fim de ano traz todas aquelas comemorações que a gente relaciona com família e amigos, e a gente tá aqui longe, sem poder ver ninguém, sem ideia do que fazer com as festas de fim de ano.
Eu já passei por isso antes, não vou dizer que é a coisa mais legal do mundo, mas cada vez fica menos pior. Ou a gente vai aprendendo a lidar. A verdade é que eu escolhi estar aqui, eu sabia que isso era parte do pacote, então tenho que fazer o máximo para aproveitar.
São essas coisas que parecem pequenas mas que fazem a diferença que muita gente não vê na hora que “decide largar tudo e ir embora”. Quem diz que é fácil é porque nunca de fato se jogou no mundo. É sempre um desafio, a saudade aperta, a falta do conhecido bate, e as vezes até a preguiça de falar uma língua diferente todo o dia pra tudo começa a fazer você pensar em dar meia volta e retornar pras origens. Não vou dizer que é errado, mas antes de achar que é fácil “deixar tudo e recomeçar”, você tem que saber que isso vai acontecer, e analisar se é forte o suficiente pra encarar essa barra. Porque as coisas vão se acumulando, e se você não for forte, acaba como as barragens da Vale.
Labels: sabático
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A gente imagina que vai pra Europa fazer aquela grand tour e conhecer tudo o que os livros de história nos ensinou. Ai a gente chega lá, trabalha um monte e tem preguiça até de escolher o que comer. Apesar da preguiça, numa tarde cinzenta a gente resolveu que ia sim conhecer algo diferente.
Na terça, acordamos todos depois do almoço e, como o pessoal da fazenda tinha o carro pro dia, resolvemos que era um bom dia pra ir visitar Bath. Eu ainda consegui correr até em casa pra comer, mas o pessoal achou melhor sair o quanto antes e tentar chegar á antes de escurecer. O caminho foi meio boring, mas chegando na cidade, nossa, que graça! De longe dá pra ver os prédios todos feitos de pedra branca, que só é encontrada na região. O problema, como sempre, foi achar um lugar pra estacionar, quase nunca tem na rua, quase sempre tem que pagar, quase sempre é caro… Mas achamos um estacionamento e fomos… Comer! Os meninos estavam verde de fome, e de qualquer forma, chegamos tarde mesmo. Fomos direto pro Mc Donald’s. Fazia tempo que não comia tanto Mc Donald’s assim!!!
Não parecia, mas já está vamos no centro da cidade, onde ficam os 2 banhos romanos, e fomos dar uma volta. Quase tudo é um calçadão de pedestres, é bem bonito e agradável, pena e já estava escuro. A maior pena mesmo é que os banhos já estavam fechados e não vimos nada =(. Mas andamos um monte, fomos até o rio, descobrimos um parque na margem e ainda acabamos num Starbucks <3
O melhor dessa viagem mesmo foi passar todo esse tempo junto conversando de tudo da vida, filosofando e nos conhecendo. São pelo menos 90 minutos de viagem cada trecho e a volta ainda fizemos no maior breu! Mas valeu tudo a pena!
Na quarta, ficamos mais quietos. Fui ainda até o Sainsbury’s e voltei no maior escuro. Acho que não quero repetir essa experiência não! Pra compensar, entrando pela Lanterna, vi o caminho iluminado por lanterninhas coloridas (potes de vidro colorido e com vela dentro), porque é época do festival das luzes (algo sobre como o sol se põe cada dia mais cedo). Quando cheguei, o Henrique T. me lembrou que a gente esqueceu totalmente do treinamento da semana. Oh well… No dia seguinte nem lembraram na reunião, ufa! Alias, reunião bem tranks, e o melhor, nossa coordenadora disse que nós voluntários não temos que assinar o ponto, uhul! Também achava meio inútil, já que gente não recebe a mais ou a menos pelas horas trabalhadas (nunca ficamos mais anyway). Aproveitei pra pedir pra mudar minha dieta e vamos ver se consigo voltar pra Dunkan, tá foda comer tanta farinha e batata!
Labels: bath, camp hill, passeio, voluntariado
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O começo da minha semana de trabalho foi muito boa. Sexta cheguei pro trabalho um pouco antes dos alunos voltarem das aulas, foi tranquilo, e no fim fiquei com alguns alunos que dão menos trabalho. Pela prieira vez almocei com o C. (um dos gêmeos) e o almoço na sala menor foi relaxante. Depois do almoço ele foi ajudar a secar a louça e o JD. deu um pouco de trabalho, mas também ajudou depois. ó na hora de ir pra aula que eu achei que ia morrer, porque ele saiu correndo em direção oposta aos demais que eu estava acompanhando, mas por sorte a cozinheira estava voltando e me ajudou.
Essa foi a primeira vez que fiquei no grupo azul, que tem alguns dos alunos mais difíceis (por acaso, de 5 alunos, 4 são da nossa casa!) e eu fiquei com o M., que não parecia estar afim de fazer nada naquele dia. E olha e eu tentei! Nem comer ele estava muito afim. O J. também é dessa turma, e depois de ele ir pra natação, ele voltou perguntando de mim <3. O J. era um com que eu nunca achei que fosse me dar bem, e hoje eu adoro!
Voltei correndo com o M. pra casa porque ele precisava de private time, mas logo troquei pra cuidar do J. Ele tava bonzinho, ficou um tempão cantando sozinho, só ficou mais ansioso quando começou a ficar com fome, claro. E claro que no jantar, comeu com todo o apetite possível. Na hora de dormir tive que esperar no sofá do quarto dele até ele pegar no sono mesmo, acho que ele ainda tá estranhando o quarto novo e o calor. As temperaturas do lado de fora chegam ao dígito único, mas não é o suficiente pra esfriar o quarto as vezes.
Sábado é meu dia longo, mas o pior mesmo desse dia é ter que acordar cedo (8h30 da manhã, acho um abuso!!!). Sempre começo tomando café no trabalho, então invariavelmente tomo café com algum aluno. Pra mim, depois de acordar cedo, a pior parte é ter que interagir logo cedo. Sofro muito!
Sábado também é dia de fazer a feira, então passa rápido. Sempre levamos o N. e algum outro aluno da casa, já tentamos levar o SM. mas ele não gostou muito, então temos levado o R. e levamos o Ma. da escola. Como o tempo não estava bom, a feira estava vazia e fizemos a compra em tempo recorde! Voltamos cedo e também almoçamos cedo, um almoço até que tranquilo. E como trabalho 2h no dia, tenho direito a 1h de break, que eu uso pra voltar pro meu quarto e tirar um cochilo, haha!
Depois do cochilo, fomos fazer compras de supermercado e foi mais puxado, porque o super mercado é mais cheio e maior. Foi rápido também, mas bem cansativo. O que eu notei é que aqui as pessoas não se importam muito com a forma de organizar as compras. Não sei se é por causa dos meus pais, mas eu sei que a gente faz as compras setorizadas pra evitar desperdício de tempo, e também já organiza os produtos, tipo frios, congelados, limpeza comida, etc. Aqui vai tudo junto e misturado, e depois pra organizar no carro e na casa é um saco. E dessa vez, por causa dessa falta de organização, as compras caíram todas no porta-malas e um dos vidros se espatifou (não espatifou mais quando a porta abriu porque eu tirei do caminho por dentro da van). Tanto que a shift leader que foi comigo ficou impressionada com minhas habilidades de organização de compras. E quem me conhece sabe que organização não é exatamente o meu forte…
A noite foi ótima, apesar de ficar com o SM desde a volta. Aprendi a lidar com ele, mas voltei cansadona das compras e não tava muito afim de passar 5h falando e sendo animada. No jantar ele foi pra antiga casa dele (antes de ele ir pro college) e eu tive um break. O jantar foi super relax, a gente deu risada, ouviu Beyoncé, falou bobeira inofensivas, hehe… O J. pediu pra eu sentar perto dele mas me ignorou o jantar todo, haha! Ah, ainda vimos uns fogos que vinham da cidade. Ou tentamos, hehe…
SM voltou, mas logo foi tomar banho, e como tomou a medicação antes de ir jantar, estava pronto pra dormir cedo. Ainda fiquei um tempo do lado de fora do quarto dele, ele fala sozinho as vezes, mas logo sucumbiu ao sono. Ai desci pra relaxar e fiquei rindo da desgraça alheia. É tão mais divertido interagir com os alunos quando não é você que é responsável! E como a maioria dormiu cedo, ficamos nós conversando no escritório XD
A brasileirada claro que queria sair pra comemorar o aniversário da Aline, mas nossa, depois de 12h de trabalho, sem condições! Desci só pra dar um abraço nela e fui pra cama cedo. Ou tão cedo quanto possível, hehe…
No domingo, cheguei em casa pra almoçar e estava tudo tão quieto… Quando encontrei minha coordenadora, ela explicou que só tinha 3 staff pra 5 alunos e eles estavam rebolando pra que nada saísse do controle. Aparentemente ela conseguiu! Depois de comer, subi rapidinho para ajudar.
Passei o dia com o J., que ficou reclamando de dor várias vezes, mas a gente não conseguiu descobrir o que era. Primeiro achamos que era de estomago, mas ninguém com tanta dor consegue comer tanto, haha! Mas ele estava incomodado e não estava num bom dia, então foi difícil passar tanto tempo com ele. E pra piorar, com tanta chuva nesses dias, o trampolim estava encharcado e ele nem conseguiu relaxar lá… Acalmou no jantar porque tinha coisas que ele gosta, mas foi difícil botá-lo pra dormir. Um dos outros staff teve que me ajudar, e no fim ele acabou dormindo antes da gente terminar o turno.
Segunda achei que seria mais tranquilo. Comecei o dia no trabalho relax, no quiet room, que é do lado do quarto do SM., que parecia ok, falando sozinho. Até que ele começou a se esgoelar de tanto chorar. Era um choro muito sentido! Como o outro voluntário estava sozinho com 3 alunos quietinhos, fui ver o que era. Sério, parecia que tinham matado a mãe do menino. Até o Junior subiu pra ver o que era! Quando entramos no quarto e perguntamos o que era, nem o menino sabia dizer porque estava tão chateado! Mas ainda bem que já era quase hora de voltar pra aula e ele se reanimou rapidinho. Quando ele saiu de casa, nem parecia que tinha tido um colapso, haha! Eu fiquei de levar 3 alunos pro grupo amarelo, mas o J* resolveu sair correndo pro lado oposto e quase me matou do coração! Por sorte a cozinheira estava voltando de uma das salas e eu pedi pra ela cuidar dele enquanto levava os outros 2 pra aula. Na volta, o shift leader conseguiu levá-lo pra onde precisava e eu fui pro grupo laranja, que é o que eu mais gosto, hehe…
Nesse dia, tivemos aula de artes, com música e um pouco de teatrinho no salão de apresentações. É uma aula bem relax, junto com a turma do azul. Na turma do azul só tem 2 alunos que param quietos, haha! Foi engraçado, porque o M., o J. e o R. ficaram correndo a maior parte do tempo! Mas foi legal porque eu tava com o SW, que estava num humor super bom e estava muito bonzinho!
Na volta da aula, fiquei com o M. que estava meio inquieto. Teve seu private time e não parava de levantar da cadeira depois disso, indo no banheiro toda a hora! E também estávamos com poucas pessoas trabalhando, então o jantar foi um pouco mais desafiador… Mas por incrível que pareça, deu tudo certo! Depois das tarefas da casa, supervisionei o banho do M. e acho que isso o fez acalmar um pouco. Deu pra sentar na sala de estar e descansar, só com o ocasional comando pro M. não sair correndo pela casa, haha!
Depois do trabalho, saímos com o pessoal da fazenda e fomos pro karaoke em Bournemouth de novo. Tava menos vazio, e a drag queen que comanda a noite estava muito engraçada! Ela até perdeu a peruca em uma performance! De lá, fomos pra famosa co-worker room da fazenda.. Que estava vazia! Aparentemente a noite não tava tão boa assim e ninguém quis nos esperar. Mas ficamos lá mesmo assim, conversando, até bater a fome e irmos pra cozinha da casa do Gui comer croissant =P
Labels: aula, balada, bournemouth, camp hill, college, trabalho, voluntariado
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