la petite princesse

A dona do pedaço. INTJ. Viajadeira. Uspturista Mais velha do que aparento.

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Quero deixar registrado aqui algumas das experiências mais incríveis que eu já vivi.

Happy holidays! (Dezembro de 2015)

Monday, November 15, 2021 at 10:30:00 AM

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Quando eu trabalhava no mundo corporativo, a época mais esperada do ano, fora as férias, era a época das “festas”. Dentre todas as obrigações sociais de estar trabalhando, a confraternização de final de ano era a menos pior delas. Era aquele evento que a empresa pagava pra gente se divertir o mínimo.

Aqui a coisa é um pouco diferente. O camp hill é uma “empresa” sem fins lucrativos, então não sobra muito dinheiro pra fazer mais do que pagar o salário de todo mundo em dia. Tanto é que vi gente reclamando que a gente não recebe nem um cartãozinho de boas festas no fim de ano…

Mas a gente se vira como pode, né? Ainda mais sendo voluntário. Claro que para os alunos sempre tem um evento de celebração e a gente se inflitra, haha!

Na terça, tivemos a última grande saída da casa. TODOS OS ALUNOS foram para o pub para um jantar especial. Então todo mundo que podia foi ajudar. Porque não é só simplesmente conseguir leval todo mundo, tem aluno que ao sair da casa precisa de suporte de 2 pessoas (ao invés de somente 1), além de que alguns alunos preferem um ou outro support worker. E com muito sucesso conseguimos colocar todos eles em algum veículo e ir pro pub. E todo mundo se comportou muito bem! O J. foi o único que não conseguiu comer dentro do pub, mas o pub tinha uma porta lateral, colocamos a mesa na saída e ele sentou e comeu do lado de fora. Foi um sucesso, porque as vezes ele nem entra no carro! Até eu sai pra tentar trazer ele o mais perto possível da porta. E terça era minha folga! Pra amenizar o fato de eu estar lá trabalhando, me deram o SW pra cuidar, foi bem sussa, ele se comportou super bem, ficou feliz com seu lanche. Até o A. pôde sair da dieta! E ai eu descobri que ele sabe ler (não são todos que sabem) porque ele achou no cardápio a sobremesa que ele podia comer!

Ai na quinta tivemos o grande almoço de natal para todos os alunos (inclusive aqueles que só passam o dia na escola). O plano era montar as mesas no teatro, mas na última hora cancelaram e fomos obrigados a nos espremer na cozinha (normalmente separamos os alunos entre a cozinha, a sala da jantar e uma segunda sala menor). Foi uma operação de guerra, tenho que dizer. Porque muitos alunos gostam de fazer o seu próprio barulho mas não gostam do barulho alheio, então juntar todo mundo é uma missão meio suicida. Mas no fim deu tudo certo. O almoço ficou pronto na hora certa, todo mundo comeu muito bem, teve sobremesa, crackers, muita risada e conversa. E no fim, de “presente”, ninguém teve que ajudar com nenhuma tarefa da casa. Fiquei com o C., que estava num humor excelente, super sorridente, super bonzinho, então foi um almoço muito bom!


Depois tivemos nossa house meeting, sem nada de ruim pra falar, falamos das coisas boas desse ano e depois tivemos o Secret Santa, que aqui funciona ao contrário de no Brasil. Você coloca o nome da pessoa a ser presenteada no presente e a pessoa tem que adivinhar quem que deu o presente. Eu não sei quem me tirou, mas fiquei bem feliz com meu presente: um vinho com um kit de loção. E nós voluntários ainda ganhamos um presente da casa. Eu ganhei o novo cd do Justin Bieber, Purpose (que eu tô meio amando há uns dias já) e o outro voluntário ganhou o X, do Ed Sheeran. A reunião foi curta, então ainda tivemos tempo de conversar e comer muito chocolate! Presente dos pais e de outras pessoas <3

E pra coroar a estação, decidimos de última hora pegar um ônibus para Amsterdã (via ferry, claro)! Vou perder a última confratis da casa, no bar, mas por uma boa causa. Não sei onde passo a virada do ano ainda, mas pelo menos vou fazer alguma coisa diferente e conhecer um novo lugar!

HAPPY HOLIDAYS, EVERYONE! A gente se vê depois do natal 

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that would be me. bye!

A balada da igreja

Monday, November 8, 2021 at 10:30:00 AM

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 Não, você não leu errado: a gente foi numa balada que era dentro de uma antiga igreja!

Esses dias finalmente conseguimos ir na tal da “balada da igreja”. Não é nenhuma festa evangélica dessas que saem de vez em quando na mídia tradicional. É uma igreja que foi convertida em balada lá em Bournemouth.


Na tal balada da igreja eles tem uma lista de convidados online e um prazo pra ganhar desconto na entrada nas segundas. A gente já tinha tentado ir antes e perdemos o limite por 1 ou 2 minutos. É sempre um prazo meio apertado pra gente que mora em outra cidade (aqui na Inglaterra, claro). Dessa vez aconteceu o mesmo e nosso motorista muito louco fez milagre e chegamos 5 minutos antes do prazo… Pra descobrir que eles resolveram fechar a lista antes por causa da alta procura… Pensa em 7 pessoas bem putas. Mas com vontade de entrar naquela porcaria de balada. Respiramos fundo e entramos na fila dos sem desconto e pagamos 5 Libras só pra sorrir…

Essa balada, diferente das outras que a gente vai com mais frequência, é “hetero”. Já começa que tem essa fila. E as pessoas na fila se vestem bem diferente. É bem balada no Brasil: caras de todos os tipos (camiseta, polo, camisa, tudo junto e misturado) e meninas de roupas curtas, coladas e salto. No frio. E não fosse só isso, apesar de ser segunda-feira, tinha muita gente com cara de muito nova na fila. Do tipo que acabou de fazer 18 anos.

A coisa legal que eu achei é que na porta, ao checar os documentos, eles passam numa máquina que confirma sua idade. E é de QUALQUER documento. Porque eu ando com minha CNH (não rola arriscar “perder” o passaporte) e pra minha surpresa, a máquina leu certinho!

Antes da meia noite a balada já tava bem cheia. É uma balada média, bem decorada e com os malditos espaços vips. Ou seja, eles entocham o lugar de gente e deixam a area vip bem exposta e confortavelmente vazia…

A música era bem boa, uma mistura de top 40 com eletrônica/dance e até lá pela 1am, o espaço estava cheio, mas não lotado e ainda dava pra dançar ok.

Pessoas na balada são pessoas na balada no mundo todo. Algumas poucas coisas mudam, mas no geral, balada hetero é tudo igual. E eu estou velha.

Por uns momentos eu lembrei de como eu gostava muito desse tipo de coisa. Fui muito pra balada na faculdade. Não era do tipo que ia durante a semana, mas sempre saia com o pessoal. E apesar de ir em muita balada alternativa, eu gostava muito dessas baladinhas heteronormativas. Gostava mesmo. E olha que se eu tivesse que pagar minha bebida, na época da faculdade, eu acabava nem bebendo. Ou seja, eu curtia mesmo.

Mas veja bem. Verbos no passado. Logo aquilo foi cansando e eu percebi que essa ferveção, desse tipo, ficou no passado. Eu ainda gosto muito de sair pra dançar, e a bem da verdade a idade das pessoas não me importa tanto quanto a (falta de) maturidade do público.

Eu já fiz muita merda quando era mais nova, claro, e acho que a gente faz umas coisas pra aprender e superar. Veja bem, não é uma crítica ao público alvo. Eu já fiz parte dele, eu sei como é. E agora não sou mais e me vejo me distanciando disso mesmo que inconscientemente.

Depois de uma noite de ferveção. claro que a gente chegou a conclusão de que é melhor sentar num lugar calmo e ter a oportunidade de interagir de verdade uns com os outros. Mas a gente é humano, e claro que existem elementos que nos atraem na balada. Só talvez não nessa balada.

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Ser ou não ser

Monday, November 1, 2021 at 10:30:00 AM

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Eu sabia desde antes de eu chegar aqui que os europeus em geral tem uma relação diferente com as origens das pessoas. Mais do que nascer em um lugar, você carrega a cultura do lugar onde seus genes se originaram. É assim que eles te classificam: se você tem ancestrais chineses, não importa onde você tenha nascido, você é acima de tudo, chinês. Talvez essa coisa cultural realmente se mantenha na Europa. Mas a gente sabe que no novo mundo, nas Américas, a coisa é diferente. Nossos ancestrais chegaram no novo mundo, alguns até achavam que não seria por muito tempo, mas foram englobados pela nova casa e os descendentes se fizeram americanos.

Então sempre que alguém me pergunta da onde eu sou, respondo que sou sim brasileira. E quando fazem uma cara de espanto já falo logo que sou nascida e criada no Brasil e não poderia ser outra coisa. Claro que me perguntam dos meus ancestrais, e ai explico que meus avós são imigrantes, mas que fizeram a vida e criaram as demais gerações misturados nas duas culturas. Mas que me sinto brasileira como qualquer outra pessoa nascida e criada no país. E falo: brasileiro não tem cara, a gente parece com o mundo inteiro.

Eu não acredito que alguém crescido se aculture a ponto de se transformar em outra nacionalidade. Você pode adotar hábitos diferentes, mudar como vê o mundo, mas lá no fundo, você é aquela cultura que te fez.

Claro que a gente se desliga um pouco do que acontece “lá em casa”, mas aquilo que verdadeiramente nos é caro, sempre vai chamar nossa atenção.

Eu nunca vim pra cá com a intenção de ficar ilegal ou arranjar um casamento/passaporte; inclusive tenho passagem de volta comprada já e com certeza, pelo menos por algum tempo, eu sei que vou voltar pro Brasil. Mas é um pouco desesperador acompanhar as notícias políticas do meu país. Eu tenho muita esperança de que as coisas vão melhorar, mas as vezes eu perco toda a fé na humanidade quando vejo a maneira como aqueles que tentam fazer a diferença de verdade são tratados. É tão triste ver que o dinheiro fala mais alto em todas as instâncias e que o povo é prejudicado por grandes corporações. Mas ao mesmo tempo, é bom ver que essa geração que sucederá a minha parece que realmente quer mudar isso tudo, que quer fazer um mundo melhor de verdade e põe a mão na massa pra isso.

Todo lugar tem seus prós e contras e não achem que estar num “país de primeiro mundo” te livra de problemas. Os problemas são diferentes, o ser humano é um ser muito estranho, mas não existe nada como o calor do seu lar. O lar é onde está seu coração, acredite, e enquanto ele pulsar, é pra lá que a gente volta sim.

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