Eu falei anteriormente que eu descobri esse voluntariado através do Henrique, que ficou sabendo através de outro amigo. E também falei que tem camp hill no mundo todo. Nesse post, eu vou contar como foi a nossa experiência com o camp hill na Inglaterra.
Acho bom já falar que eu só tenho o passaporte brasileiro, mas o Henrique tem o passaporte europeu. Para a inscrição e seleção, isso não fez nenhuma diferença.
Fomos instruídos a entrar em contato diretamente com o camp hill. Como o Henrique já tinha conhecidos por lá, ele tinha o contato direto das pessoas responsáveis, mas no site deles tem toda a informação e inclusive os formulários para preencher. Além disso, depois de marcar a entrevista por video chamada, é preciso enviar cartas de recomendação. Não precisa ser só de empregadores, pode ser de amigos também. E os amigos nem precisam saber inglês fluente, você pode dar uma ajudinha na hora de redigir. Basicamente eles precisam de referências, já que esse camp hill é de crianças e jovens. Na Inglaterra eles levam a segurança e a privacidade dessas pessoas muito a sério!
Para esse camp hill, é necessário saber falar um pouco de inglês. Mas não precisa ser super fluente, é literalmente um pouco. Tem que estar disposto a prender, e prestar muita atenção. Na minha turma, uns 3/4 das pessoas eram jovens alemães, que falam inglês muito bem. Mas tirando eles, só eu falava inglês fluentemente. Mas isso não atrapalhou em nada na performance dos demais. O que a gente não entende falado, a gente acaba entendendo pelas ações.
A entrevista é bem tranquila. Eles querem pessoas dedicadas e comprometidas, e não só gente que fala bem inglês ou tenha uma vasta experiência na área.
Um voluntariado necessariamente implica em não ter uma compensação financeira pelo seu trabalho. Em troca, eles oferecem moradia, alimentação e uma ajuda de custo semanal (na minha época era de 40 libras semanais). O custo com as passagens de avião e o visto são por conta do voluntário. A carga horária é de 40 horas semanais durante o dia e mais 1 noite em que o voluntário dorme na casa dos alunos onde ele trabalha, de plantão (os voluntários moram geralmente em outras casas para não misturar o que é trabalho do que é descanso). E todas as despesas quando tem algum passeio com os alunos também são por conta do camp hill (idas a restaurantes, parques, cinema, etc). E na Inglaterra, por que eles tem um sistema de saúde público (o NHS, que é o modelo adotado pelo nosso SUS), você não precisa se preocupar com isso (na verdade, na solicitação do visto você paga 200 libras que é referente a esse acesso ao NHS).
A solicitação e a aprovação do visto foram bem tranquilas. Tem que criar um perfil no site da imigração, preencher uns formulários (o camp hill envia instruções e toda a documentação necessária), pagar as taxas e marcar um dia para levar o documento no centro de vistos e fazer a biometria. A embaixada responsável por analisar os casos fica na Colômbia, e leva algumas semanas para receber o passaporte de volta.
Nos resta sonhar enquanto passamos por todo o processo. Demorou algumas semanas para receber a aprovação da entrevista, e depois as coisas andaram tão rápido quanto eu consegui as cartas de recomendação e horário para a biometria. Quem diria que eu procurei me esconder no meio do mato na Inglaterra?
Labels: camp hill, entrevista, imigração, inglaterra, visto