Depois da animação de finalmente termos chegado no camp hill, começou a labuta. Obviamente não diretamente com os alunos, mas passamos por uma semana de treinamentos diários, com todo o tipo de informação possível e necessária que precisássemos. Foi uma semana um pouco tensa, porque como já disse, eles levam a privacidade dos alunos muito a sério e eu achei que logo eu não ia poder usar nem mais um e-mail! Logo no dia seguinte já tivemos o começo do treinamento, não só com voluntários, mas com outros empregados (professores, seguranças, gente do administrativo, etc). A primeira apresentação foi meio assustadora, sobre confidencialidade. É por isso que vou evitar comentar das pessoas e usar codinomes. Eu entendo que é importante salva guardar as informações de pessoas que não podem se proteger sozinhas.
Os outros treinamentos, no mesmo dia e nos seguintes, foram menos assustadores. Quer dizer, falaram bastante sobre as dificuldades dos alunos não só em aprender, mas em se comunicar também. Claro que falaram mais de casos mais extremos, mas dá um medinho de não saber lidar na hora. Aos poucos, vamos aprender até algumas coisas de linguagem de sinais. No fim, teremos muito a aprender nesse ano.
Os treinamentos foram em geral de manhã até o fim da tarde, com coffee break e almoço. Tô me acabando no chá aqui, se deixar posso viver só disso!
O almoço, e as refeições em geral, devem ser feitas onde nós trabalhamos. No caso dos voluntários como eu, temos que usar a dispensa da casa onde trabalhamos, mas podemos cozinhar onde moramos, claro.
Eu tenho o mesmo problema aqui que eu sempre tive na América do Norte: as panelas e as louças são muito grandes! Aqui a razão é que se cozinha para muitas pessoas, de uma vez só, claro. As porções de comida até que são razoáveis e tem muito pacote que é tamanho família, mas dentro o produto é embalado em porções menores.
O tempo aqui não é conhecido por ser particularmente simpático, tivemos bastante chuva desde que chegamos, ao ponto dos sapatos ficarem muito molhados só de andar pelo campus, mas tem melhorado. Na segunda, depois do treinamento, o Junior nos levou até Ringwood para nos ensinar o caminho e ficamos ensopados.
Uma coisa que acho que é mais chocante para nós que viemos de cidades grandes é que as coisas fecham as 17h (exceto supermercado). E a cidade realmente é pequena. Mas tem o lado bom de que podemos andar tranquilamente, mesmo pela rodovia, sem medo de road rage alheio e muito menos de bandidos.
Quinta foi nosso último dia de treinamento essa semana. Teremos mais um dia na outra semana. Isso que dizer que quinta foi o dia para o pessoal que chegou mais tarde vir conhecer as outras casas.
Aqui tem muito alemão novinho porque eles tem o gap year, entre a escola e a faculdade, e eles ganham pontos se fizerem voluntariado. Como todo grupo de adolescentes, eles poder ser bem barulhentos e teimosos. Tem uma deputy que vive dando bronca neles para que parem de falar alemão, mesmo só entre eles. Me lembrou a gente na Bishop’s, quase 10 anos atrás, onde os franceses só falavam na língua deles todo o tempo.
Já recebemos nosso horários, e para quem trabalha com os mais velhos dos colleges, temos os mesmos dias de folga, yay! Alguns dias são bem longos, tipo 13h de trabalho, mas também tem dia que só vou para reunião interna e isso conta como hora trabalhada. E minha casa não tem sleep in! Não temos que nos revezar para dormir e tomar conta da casa, yay!
No geral, eu acho que dei muita sorte. Meu quarto não é o maior, mas é bem legal. Meus vizinhos de quarto são bem legais, dei sorte de morar do lado do Henrique, as outras pessoas são bem boazinhas, a casa onde trabalho parece ser bem legal, é uma das mais novas, a dispensa é incrível e minha coordenadora parece ser muito legal, bem flexível e o Junior também trabalha lá, o que também facilita minha vida, ele tem sido bem prestativo. Aliás, quando peguei meus horários, falei que funcionava melhor de tarde e a E. mudou o único horário que eu tinha muito cedo na hora!
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