Depois de tanto perrengue, eu merecia alguma glória. A primeira classe do voo de Madri a Londres nada mais era que a parte da frente do avião com o banco do meio das fileiras bloqueado. E copo de vidro pra beber. Mas também foi embarcar antes, descer antes e pegar as malas antes. Alguma exaltação tinha que ter.
Eu também já tinha pesquisado sobre como sair do aeroporto. Eu e o Henrique combinamos de passar o fim de semana em Londres, antes de seguir para Ringwood. Peguei o ônibus daquela lonjura de Gatwick (ah, o barato que sai caro...) até a estação de Vitória, no centro de Londres, e lá já deixei minhas malas maiores no guarda-volume antes de ir para a nossa acomodação. Enquanto aguardava meu embarque, fui conversando com o Henrique, e o check in tinha sido tranquilo. A gente escolheu o lugar mais bem localizado pelo menor preço. De novo, viver com Reais fora do Brasil dói. A Libra Esterlina faz o bolso sangrar. O nosso hotel era um prédio em cima de um pub, não tinha uma recepção e o lugar era meio precário. Podia ser pior, mas eu não daria nenhuma estrela para aquilo. O importante é que quando eu cheguei, o Henrique estava no quarto! Capotado, é verdade... Então eu saí para comprar um lanchinho, e na volta, depois de um bom banho (o banheiro era limpo o suficiente), saímos para dar uma volta.
Conhecer Londres era um dos sonhos da minha vida! Minha mãe conheceu a Europa antes de se casar, sempre falou muito dessa viagem, e eu sempre fui fã das comédias românticas do Hugh Grant, quando era adolescente eu real achava que ia chegar na cidade e esbarrar com ele na rua, hahaha!
Eu cheguei no único dia quente que eu peguei na Inglaterra esse tempo todo. Eu, de shorts, a noite, na frente do Big Ben! É uma coisa muito louca mesmo estar na Europa. A gente estuda, lê, vê filme, mas nada te prepara para o que é estar diante de monumentos que as vezes são mais antigos que a própria "descoberta" (invasão) das Américas!
O Henrique já conhecia a cidade, então ele me levou para dar uma volta perto do Parlamento, passando pela Abadia de Westminster e indo parar lá na London Eye. E por ali tem um Mc Donald's onde resolvemos comer. Levamos o lanche para as margens do rio Tâmisa, e essa foi a nossa primeira refeição na terra da Tia Beth (a rainha)!
No dia seguinte, acordei com o dia raiando por causa do jetleg. O dia continuava bonito, mas o sono me fez voltar para a cama. Pra que? Quando acordei de novo, o tempo tinha virado, e ameaçava chuva! Mas já tínhamos combinado de fazer um passeio antes de encontrar o amigo brasileiro do Henrique que ainda trabalhava no camp hill para pegarmos o ônibus para Ringwood.
É óbvio que tínhamos que ir a Notting Hill!!! Vai que o Hugh Grant tava por lá? Hihihi... Tenho que agradecer imensamente o Henrique por ter topado esse programa comigo, porque a passagem de metrô foi uma pequena facada.
Não encontramos o Hugh Grant, nem a Júlia Roberts, não levamos uma laranjada na roupa, mas pegamos chuva logo no começo do passeio. Eu levei um guarda-chuva na mala de viagem? Mas é claro que levei!!! Mas o Henrique, como boa pessoa SENSATA, não tinha esse tipo de apetrecho INUSITADO, e tivemos que procurar um guarda-chuva que não custasse um rim (em reais).
Apesar de não ser dia, tinha uma pequena feirinha em Portobello Road (a rua do filme) e coisas bem interessantes. Tudo caro, para quem tinha acabado de aterrisar na Inglaterra, com seus Reais desvalorizados. Mas ainda assi, achei tudo lindo? Achei sim! Eu estava simplesmente no cenário de um dos meus filmes favoritos na vida!!!
Não foi esse dia (ainda) que achamos a casa da porta azul, mas descobrimos que dava pra tomar um lanche honesto no supermercado (e fugir um pouco da chuva).
Labels: big ben, hotel, libra esterlina, londres, mc donald's, notting hill, portobello road, sainsbury's, tesco