Camp hill é uma filosofia de vida. São comunidades pelo mundo que acolhem pessoas com deficiências cognitivas e outras necessidades especiais. Se você já ouviu falar em método Waldorf de ensino, já teve algum contato com a filosofia do camp hill.
O camp hill é organizado de modo que as pessoas ali dentro tenham uma experiência de vida completa, e não somente de "escola". Eles chamam isso de currículo integral (24h). Desde o amanhecer até a hora de dormir, tudo é organizado de modo que seja um constante aprendizado e reforço.
As comunidades são como "vilas", com várias casas e outras construções voltadas ao ensino e ao lazer. Tem sala de aula, quadras de esporte, muita área verde, horta, espaços de recreação e até uma capela.
O dia a dia é estruturado, com horário para acordar, fazer tarefas, ir para a escola (no caso dos alunos mais novos), almoçar, ajudar nos afazeres da casa, na preparação de refeições, na compra do supermercado, mas também tem hora do lazer e passeios de fim de semana.
No camp hill eles acreditam na antroposofia, de que não há uma distinção do secular e do espiritual, e que se traduz na comunidade como uma crença de que todos temos um núcleo capaz de um potencial integral, que todos são aptos a atingirem o máximo, e que o corpo que habitamos é só um obstáculo no desafio de atingirmos o nosso melhor. Mesmo que você não acredite em nada de espiritual, é muito incrível pensar que a única coisa que difere as nossas habilidades, é algo que não escolhemos, mas que nos foi dado, o nosso corpo. No fim das contas, o camp hill acredita que todos somos capazes, mas que cada um tem um caminho diferente na vida para atingir o seu potencial. Isso se reflete no trabalho e na mentalidade do dia a dia, que eu espero conseguir transmitir ao contar mais sobre isso aqui.
O Henrique, meu amigo do trabalho, ficou sabendo desse camp hill em específico através de um colega da cidade dele, que já havia ido para lá há alguns anos e se estabelecido. Era pelo menos uma segurança que tínhamos de que o programa era legítimo. E para mim, era uma pequena rede de segurança. Eu amo viajar a turismo sozinha, mas eu aprendi que se você quer ter sucesso em uma mudança, é importante ter com quem contar ao longo da jornada.
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